Luiz Carlos Bresser-Pereira
Folha de S.Paulo, 15.12.2002
Com as eleições de 2002, tudo indica que um novo pacto está surgindo, unindo trabalhadores, empresários e classes médias. Será, logo, um pacto popular. Seu êxito dependerá de como serão enfrentados dois problemas macroeconômicos fundamentais: o ajuste fiscal, que precisa ser aprofundado, e a equação taxa de câmbio/taxa de juros, que deve ser invertida - em vez de juro alto e câmbio baixo, a condição para a estabilização das contas externas e da retomada do desenvolvimento é juro baixo e câmbio alto. A tentação populista de voltar a valorizar a taxa de câmbio será grande, mas o país está maduro o suficiente para saber resistir a ela.