OTHER TYPES OF WORKS

  • 16-2015-capa-a-teoria-economica-na-obra-de-bresser-pereira-3
  • 15-1968-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1967
  • 03-2018-capa-em-busca-de-desenvolvimento-perdido
  • 11-1992-capa-a-crise-do-estado
  • 09-1993-capa-reformas-economicas-em-democracias-novas
  • 05-2010-capa-globalization-and-competition
  • 06-2009-capa-construindo-o-estado-republicano
  • 17-2004-capa-em-busca-do-novo
  • 12-1982-capa-a-sociedade-estatal-e-a-tecnoburocracia
  • 01-2021
  • 01-2021-capa-new-developmentalism
  • 07-2004-capa-democracy-and-public-management-reform
  • 05-2009-capa-mondialisation-et-competition
  • 2006-capa-as-revolucoes-utopicas-dos-anos-60
  • 13-1988-capa-lucro-acumulacao-e-crise-2a-edicao
  • 09-1993-capa-economic-reforms-in-new-democracies
  • 04-2016-capa-macroeconomia-desenvolvimentista
  • 10-1998-capa-reforma-do-estado-para-a-cidadania
  • 05-2010-capa-globalixacion-y-competencia
  • 02-2021-capa-a-construcao-politica-e-economica-do-brasil
  • 2014-capa-developmental-macroeconomics-new-developmentalism
  • 08-1984-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1983
  • 05-2009-capa-globalizacao-e-competicao
  • capa-novo-desenvolvimentismo-duplicada-e-sombreada
  • 10-1999-capa-reforma-del-estado-para-la-ciudadania

O referendo na Grécia

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Página do Facebook, 7.7.2015


Martin Wolf - o notável colunista econômico do Financial Times - escreveu hoje que, se ele fosse grego, teria grandes dúvidas sobre como votar no referendo do próximo domingo. Se votasse sim, estaria certamente condenando a Grécia há muitos anos ainda de não crescimento; se votasse não, haveria o risco do caos. Eu não teria qualquer dúvida. Não apenas porque as reformas e ajustes adicionais que se pedem aos gregos são absurdas. Também por uma coisa que descobri hoje, lendo com mais atenção o Le Monde. Em troca de dar um crédito de emergência que permitiria à Grécia pagar o FMI, a Troika (Comunidade Europeia, FMI e Banco Central Europeu) exige o assentimento do governo grego às suas condicionalidades imperiais e ponto. Não se dispõe a definir como será a "reestruturação" da dívida pública grega que ascende a 174% do PIB! Não se compromete com quanto será a diminuição adicional da taxa de juros e que prazo ainda maior os credores (essencialmente os governos dos países mais fortes da Zona do Euro) darão à Grécia para que ela possa pagar essa imensa dívida. Ora, isto não é negociar; é impor. Como pode o governo grego ceder novamente em relação a mais ajustes e mais privatizações sem saber quanto receberá de volta em diminuição da dívida?



Para a Grécia o "não" é certamente a melhor alternativa. Haverá (já está havendo) uma crise de curto prazo devido à provável saída do Euro, mas logo as coisas se acalmarão. A conta-corrente do país está aproximadamente equilibrada, de forma que para o dia a dia, a Grécia não precisará de financiamento externo. E quanto à dívida pública externa, o governo terá condições de propor uma negociação soberana, que reduza a dívida de maneira radical - por uma simples razão, porque não terá, evidentemente, qualquer possibilidade de realmente pagar uma dívida tão grande.