OTHER TYPES OF WORKS

  • 13-1988-capa-lucro-acumulacao-e-crise-2a-edicao
  • 05-2009-capa-globalizacao-e-competicao
  • capa-novo-desenvolvimentismo-duplicada-e-sombreada
  • 12-1982-capa-a-sociedade-estatal-e-a-tecnoburocracia
  • 06-2009-capa-construindo-o-estado-republicano
  • 05-2010-capa-globalixacion-y-competencia
  • 03-2018-capa-em-busca-de-desenvolvimento-perdido
  • 01-2021-capa-new-developmentalism
  • 09-1993-capa-economic-reforms-in-new-democracies
  • 05-2009-capa-mondialisation-et-competition
  • 07-2004-capa-democracy-and-public-management-reform
  • 02-2021-capa-a-construcao-politica-e-economica-do-brasil
  • 10-1999-capa-reforma-del-estado-para-la-ciudadania
  • 09-1993-capa-reformas-economicas-em-democracias-novas
  • 10-1998-capa-reforma-do-estado-para-a-cidadania
  • 08-1984-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1983
  • 04-2016-capa-macroeconomia-desenvolvimentista
  • 15-1968-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1967
  • 01-2021
  • 05-2010-capa-globalization-and-competition
  • 2006-capa-as-revolucoes-utopicas-dos-anos-60
  • 11-1992-capa-a-crise-do-estado
  • 2014-capa-developmental-macroeconomics-new-developmentalism
  • 17-2004-capa-em-busca-do-novo
  • 16-2015-capa-a-teoria-economica-na-obra-de-bresser-pereira-3

Dupla herança maldita

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Nota na página do Facebook, 8.9.2016.

.


Em sua coluna de hoje na Folha, Contardo Calligaris escreveu: “Nossa dupla herança maldita é a de ter nascido como colônia de exploração e de ter explorado corpos escravos por séculos”. Desta maneira dura o psicanalista retrata as elites brasileiras, seu conservadorismo, seu racismo, seu caráter socialmente discriminatório. Terá ele razão?



Em apenas um momento na história do Brasil, desde a abolição da escravidão, Calligaris não a teve, entre 1980 e 2012, quando um grande pacto político reunindo todas as classes promoveu a transição democrática e a redução das desigualdades. Naquele momento, e pela primeira vez na história, nos elites econômicas foram solidárias com seu povo.



Mas desde 2013 essas elites, insatisfeita com o baixo crescimento, a baixa taxa de lucro da indústria, e a preferência que o governo dava aos pobres e aos trabalhadores, as elites econômicas, novamente unidas (durante algum tempo a indústria havia alcançado alguma autonomia e apostou no governo do PT) encheram-se de ódio, e deram uma grande guinada para a direita.



E agora essas elites aproveitam da crise da esquerda para tentar destruir o Estado Social, que construímos desde 1985, com uma emenda que congela os gastos reais do Estado, e para procurar derrogar na prática a Consolidação das Leis do Trabalho através de uma emenda constitucional que faz prevalecer as negociações coletivas sobre a CLT. Desta forma, elas voltam tristemente a se submeter à sua dupla herança maldita.