OTHER TYPES OF WORKS

  • 2014-capa-developmental-macroeconomics-new-developmentalism
  • 16-2015-capa-a-teoria-economica-na-obra-de-bresser-pereira-3
  • 15-1968-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1967
  • 03-2018-capa-em-busca-de-desenvolvimento-perdido
  • 04-2016-capa-macroeconomia-desenvolvimentista
  • 09-1993-capa-economic-reforms-in-new-democracies
  • 12-1982-capa-a-sociedade-estatal-e-a-tecnoburocracia
  • 09-1993-capa-reformas-economicas-em-democracias-novas
  • 2006-capa-as-revolucoes-utopicas-dos-anos-60
  • 13-1988-capa-lucro-acumulacao-e-crise-2a-edicao
  • 05-2010-capa-globalization-and-competition
  • 05-2009-capa-globalizacao-e-competicao
  • 17-2004-capa-em-busca-do-novo
  • 05-2009-capa-mondialisation-et-competition
  • 11-1992-capa-a-crise-do-estado
  • 02-2021-capa-a-construcao-politica-e-economica-do-brasil
  • 06-2009-capa-construindo-o-estado-republicano
  • 01-2021-capa-new-developmentalism
  • 01-2021
  • 08-1984-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1983
  • 05-2010-capa-globalixacion-y-competencia
  • capa-novo-desenvolvimentismo-duplicada-e-sombreada
  • 10-1999-capa-reforma-del-estado-para-la-ciudadania
  • 07-2004-capa-democracy-and-public-management-reform
  • 10-1998-capa-reforma-do-estado-para-a-cidadania

Barbárie, prisões e drogas

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Nota no Facebook, 18.1.2017

.


Diante das rebeliões que se sucedem no Brasil, os assassinatos em massa nessas rebeliões, o aumento constante da criminalidade, sua relação forte com as drogas, a superlotação das prisões não obstante o aumento das vagas, um grande número de detentos ainda não julgados, a palavra mais constante que vi em todos os que escreveram sobre o tema foi “barbárie”. A expressão é adequada, não apenas pela violência que acontece nas prisões, mas também pela violência das elites brasileiras, que usam o encarceramento em massa e em condições desumanas de tanta gente como instrumento de seus preconceitos sociais e raciais.

Os dados sobre o encarceramento são impressionantes. De 2000 para 2014 o número dos detentos aumentou de 233 para 622 mil. 41% desse total é constituído de presos provisórios que ainda não foram julgados. A causa principal do encarceramento deixou de ser o roubo (25%) para ser o tráfico de drogas (28%).

Que fazer diante desse quadro? Há muito, desde, pelo menos, de quando eu estudei Direito, os meus professores e os defensores de direitos humanos da época demandavam menos prisões desde que o crime não envolvesse violência, e um tratamento humano melhor para os presos. Pouco ou nada se avançou nesse campo. Prevaleceu a ideia que “melhor bandido é bandido morto”.

Naquela época não havia o problema da droga. Hoje, a repressão da droga é a principal causa do encarceramento, da violência, e da prosperidade de gangues que controlam seu tráfico. Há uma solução para esse problema: liberar não apenas o consumo mas também a produção e a venda de drogas, estas devidamente controladas e taxadas. A Folha de São Paulo publicou ontem um importante editorial, “Reorientação radical”, advogando a liberação. A liberação deve ser gradual, e passar por consulta popular, defende o jornal. E conclui que a liberação se justifica “porque os trilhões de dólares que o mundo já gastou na repressão não diminuíram a demanda nem a oferta”. Nada mais verdadeiro