OTHER TYPES OF WORKS

  • 06-2009-capa-construindo-o-estado-republicano
  • 10-1998-capa-reforma-do-estado-para-a-cidadania
  • 05-2010-capa-globalization-and-competition
  • 05-2010-capa-globalixacion-y-competencia
  • 08-1984-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1983
  • 16-2015-capa-a-teoria-economica-na-obra-de-bresser-pereira-3
  • 13-1988-capa-lucro-acumulacao-e-crise-2a-edicao
  • capa-novo-desenvolvimentismo-duplicada-e-sombreada
  • 05-2009-capa-mondialisation-et-competition
  • 17-2004-capa-em-busca-do-novo
  • 03-2018-capa-em-busca-de-desenvolvimento-perdido
  • 2006-capa-as-revolucoes-utopicas-dos-anos-60
  • 12-1982-capa-a-sociedade-estatal-e-a-tecnoburocracia
  • 07-2004-capa-democracy-and-public-management-reform
  • 01-2021
  • 01-2021-capa-new-developmentalism
  • 15-1968-capa-desenvolvimento-e-crise-no-brasil-1930-1967
  • 2014-capa-developmental-macroeconomics-new-developmentalism
  • 04-2016-capa-macroeconomia-desenvolvimentista
  • 09-1993-capa-economic-reforms-in-new-democracies
  • 11-1992-capa-a-crise-do-estado
  • 10-1999-capa-reforma-del-estado-para-la-ciudadania
  • 02-2021-capa-a-construcao-politica-e-economica-do-brasil
  • 09-1993-capa-reformas-economicas-em-democracias-novas
  • 05-2009-capa-globalizacao-e-competicao

O acordo necessário

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Nota no Facebook, 13.4.2017

.


O indiciamento de mais 120 políticos, inclusive Fernando Henrique e Lula, mostra que a Operação Laja Jato tende a destruir toda a classe política brasileira. Muitos dirão que isto é “ótimo”, porque os políticos brasileiros são “todos”, ou “praticamente todos”, corruptos. E porque não há dificuldade em substituí-los. Mas estas duas crenças são falsas.

Primeiro, não é verdade que os políticos possam ser facilmente substituídos. Seria bom que muitos o fossem, mas será péssimo que os melhores políticos brasileiros, independentemente de sua cor ideológica, sejam desmoralizados e excluídos da vida pública. A profissão política é a mais importante das profissões, porque são os políticos que fazem as leis e conduzem o Estado; porque são eles que governam. Não se fazem políticos de um dia para outro. Um dia destes vi a entrevista de uma página inteira na Folha de um homem de televisão muito bem-sucedido, sr. Huck, que dizia que estava na hora de pessoas de sua geração assumirem o poder. Concordei com a afirmação que estava no título, e decidi ler a entrevista. Uma coisa patética. Não havia uma ideia sobre o Brasil; uma ideia sobre o mundo. Apenas autoelogios e considerações vazias sobre a hora de sua geração.

Segundo, não é verdade que todos os políticos são corruptos. Pelo contrário, estou convencido que a grande maioria é honesta, inclusive alguns políticos já condenados pelo Mensalão, como José Genoíno (que conheço bem e admiro) e João Paulo Silva (que não conheço). Agora, no quadro do Lava Jato, é ridículo afirmar que políticos como Fernando Henrique, Lula, e Alkmin são corruptos. E, no entanto, o Judiciário, aplicando a lei, tende a também condená-los.

Por que condenar inocentes? Porque, segundo a lei, o ato de receber doações para campanha ou como presente, sem oferecer em troca obra ou emenda – não sendo, portanto, propina –, é, não obstante, ilegal e pode ser entendido como corrupção. Mas não é, não é crime, porque a prática de se receberam doações e presentes sem que o político e a empresa fizessem o devido registro do fato fazia parte dos usos e costumes do país. A partir do Lava Jato e do susto que está causando nos políticos, não fará mais. E será preciso definir um limite para o valor dos presentes, como acontece em outros países. Mas não faz sentido agir retroativamente, considerar políticos eminentes como corruptos, e condená-los.

A imprensa hoje informou que os principais políticos dos principais partidos brasileiros estão se organizando para enfrentar o problema. Isto é mais do que necessário. A solução é a anistia do caixa 2 e regulamentar os presentes. É dar ao Judiciário uma lei que lhe permita não causar uma violência contra o Brasil.