Luiz Carlos Bresser-Pereira
Nota no Facebook
,
O Ocidente está sem saber o que fazer. Suas duas subpotências, o Reino Unido e a França, apoiaram uma guerra civil iniciada por "rebeldes" sunitas contra o governo legítimo da Síria, que, era autoritário, mas não tinha condições de ser democrático, que, sim, mantinha o país em ordem e a paz no país. O Reino Unido e a França, para os quais o Oriente Mëdio sempre foi "seu", interviram "em nome da democracia", mas com o apoio de um país absolutamente ditatorial, muito mais do que é o da Síria: a Arábia Saudita. Os Estados Unidos, graças a Obama, permaneceram relativamente afastados da aventura imperial. Seus resultados foram: o surgimento de uma organização terrorista terrível, o Estado Islâmico; centenas de milhares de pessoas mortas; e agora um imenso êxodo de refugiados políticos para a Europa. Justamente indignados com o EI, os Estados Unidos resolveram bombardear o EI. A França seguiu-lhe os passos. Há duas semanas, os russos, decidiram intervir também, para bombardear o EI e os sunitas apoiados pelo Ocidente. Diante dessa iniciativa da Rússia, o Ocidente ficou perplexo. Afinal, pensam seus representantes, "só o Ocidente tem legitimidade para intervir em outros países". Mas que legitimidade é essa que causa tanta tragédia?